Atravessamos agora a época que é o epíteto da hipocrisia. É uma época a que se tem de obedecer a uma série de regras e tradições que a mim me agoniam. (Muito fritos e gordura, sabem...) Todos os anos as mesmas frases, a mesma ladainha e as mesmas desculpas esfarrapadas. Passarei a citar algumas, que de certo, são comuns a muita gente. Na véspera de natal, ao longo do dia recebemos aquelas mensagens que não têm qualquer valor (a não ser para as operadoras móveis) que foram escritas por um "ser iluminado" e que nos são reencaminhadas vezes sem conta. Algumas supostamente de carácter humorístico, outras que são escritas com notória intenção de comover porque falam de paz e de amor, de Jesus e do pai natal, de esperança e desejos para o futuro. Blá blá blá... Recebi mensagens de gente que nem sei quem são. Devem ligar-me tanta importância ao longo do ano que nem as tenho na minha lista telefónica, tantas são as vezes que me telefonam, mas nesta época lá estão "eles" a entupirem-me a minha pequena caixa de mensagens. A troco do quê, por amor do pai natal? Não deve ser à espera que lhes deixe um presente no sapatinho, com certeza, porque nem sei quem são... Depois chega a tão esperada meia-noite do dia 24 de Dezembro. Lá vêm as : "é pouquinho mas é de boa vontade", "não é muito mas é de coração" e a minha preferida "é só uma lembrancinha..." ora, para esta última eu tenho uma pergunta que é, porque é que não se lembraram de mim ao longo do ano?? Poupava-vos a vergonha e os "rios" de dinheiro que gastaram em todas as lembrancinhas para as pessoas de quem não se lembraram nos outros 364 dias do ano. Frases como "este ano não dou nada a ninguém!" ou "este ano não vou fazer nada no Natal" são proferidas todos os anos e nunca são cumpridas. Todos querem ter a mesa de Natal mais bonita, a árvore mais recheada e oferecer a prenda com o "embrulho" maior. Torna-se numa disputa acirrada que tem como ponto de partida estas frases tão vazias de significado, como tudo o que envolve o Natal.
Embirro, mas Embirro (com E maiúsculo) com aqueles familiares de quem não se sabe o paradeiro ao longo do ano, mas que chega a véspera de Natal nos abraçam muito comovidos (pelo William Lawson's) e nos dizem "temos que marcar um almoço lá em casa" que também pode se revestir da interrogação "quando é que vão lá a casa? ". Para esses deveria responder, "liga-me lá para Julho para marcarmos isso!" É o ligas!! Não me vão ver em Julho, em Julho não é um mês comovente em que se trocam presentes, para quê ligar? No entanto, e era a este ponto que queria chegar, não posso deixar de me comover com os enfeites das ruas, as músicas de Natal ( e isto é a sério) e o desejo de "Boas Festas" completamente "desinteressados" dos vendedoras das lojas a que vou e que me atendem muito rabugentas durante o ano, e que têm em comum entre elas uma coisa curiosa, uma caixinha com votos de boas festas dos empregados da loja, com uma ranhura em cima! (Isto já é a brincar.)
Será que sempre foi assim e eu é que nunca reparei pelo simples facto de só ter começado a crescer agora, ou as coisas pioraram muito?
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